O Ranking dos Políticos tem como proposta oferecer informação para ajudar as pessoas a votarem melhor, levando em consideração principalmente o combate à corrupção, privilégios e desperdício da máquina pública. Através de um sistema de pontuação, o aplicativo acumula pontos para cada um dos políticos através de notas dadas por um Conselho de Avaliação de Leis.
A ideia parecia promissora mas, após uma rápida análise do ranking, percebe-se que somente políticos de direita aparecem no topo da lista já que a pontuação privilegia leis de caráter neoliberal e pontua negativamente leis que buscam proteger a classe trabalhadora.
Apesar do projeto tentar mostrar imparcialidade, o chamado Conselho de Avaliações de Leis é formado por figuras conhecidas na política como Gustavo Franco, Flávio Rocha (ex-candidato a presidente pelo PRB, partido do ex-presidente Fernando Collor de Mello) e várias outras pessoas do setor empresarial.
É importante frisar que qualquer iniciativa cívica pode escolher uma posição ideológica e não há mal nenhum nesse fato. O problema é que o aplicativo procura convencer o leitor de que é imparcial através de uma linguagem informal bem próxima dos movimentos de extrema-direita que surgiram recentemente. O slogan deles é "Não temos rabo preso com ninguém. Não somos filiados a nenhum movimento, grupo ou partido. Não temos relação com o Governo. Temos apenas três bandeiras: Anti-Corrupção, Anti-Privilégios, Voto Consciente."
Vale notar também que, diferentemente de outros aplicativos cívicos, o projeto parece ser bem financiado pois compra publicidade paga tanto no Google quanto no Facebook. Mas como a iniciativa não é construída por uma ONG, não precisa prestar contas de quanto recebe ou quem os financia.
Como era de se esperar, o software não é baseado em código aberto e não pode ser auditado.